segunda-feira, 4 de abril de 2011

Roteiro - Veja-se na arte

PROJETO

VERSÃO

DATA

PRODUÇÃO

ROTEIRO

ARQUIVO

“VEJA-SE NA ARTE”

V1 - primeira

22/03/2011

INSTITUTO CRIAR

PATRÍCIA CURTI E PEDRO PALAIA

RotVeja-senaArte-v1.doc

PERSONAGENS: ATOR (QUE SERÁ “ENVELHECIDO E REJUVENECIDO”
PELA MAQUIAGEM); FIGURANTES PLATÉIA E FIGURANTES ATORES
DO ESPETÁCULO NA SEGUNDA PARTE

1. INTERNA – PALCO DE TEATRO VAZIO

Câmera subjetiva se desloca pela coxia de um teatro,
chegando ao palco, onde está montado um cenário para
uma peça, reproduzindo um ambiente doméstico, como a
sala de uma casa. Nesta sala, além dos móveis, estão
espalhados vários objetos de arte: esculturas, quadros,
livros, discos. Na parede do fundo, no lugar de honra,
está pendurado um quadro com uma moldura dourada, um
auto retrato do personagem principal. Vemos que todos os
móveis e objetos estão estragados ou maltratados, sujos
e muito empoeirados. As peças de arte se espalham pelo
chão: ao lado de um antigo fonógrafo, vemos vários discos
quebrados, livros amassados e rasgados estão jogados em
vários pontos, esculturas quebradas e assim por diante.
O fonógrafo gira, tocando um disco riscado, repetindo
sempre o mesmo acorde de uma música.

ÁUDIO

Música do disco riscado repete
sempre
o
mesmo
acorde,
uma
abertura ou introdução de música
clássica.

Câmera subjetiva continua se deslocando, se aproximando
do fonógrafo e mostra a mão do personagem entrando
em quadro e acionando a alavanca que interrompe o
funcionamento
da
máquina,
antes
de
continuar
se
deslocando até o centro do palco. Ao chegar lá, a
subjetiva enquadra os holofotes, (efeito cegante) de modo
que não é possível enxergar a platéia.

Corta para outro enquadramento, não mais subjetivo,
mostrando nosso personagem principal no centro do palco.
Ele usa o figurino da peça, que está rasgado e em mau

estado como o cenário. O personagem também tem aspecto
melancólico
e
muito
envelhecido
(caracterização
de
velho). Com uma fugaz esperança no olhar ele se dirige à
platéia com uma única fala.

ATOR

Veja arte. Veja-se na arte!

(um silencio absoluto se segue à
fala).

A câmera se movimenta de modo a enquadrar, agora sim,
a platéia. Vemos que ela está absolutamente vazia, com
ares de abandono. O Ator, ao se dar conta disso, baixa a
cabeça triste e desmoralizado. Ele volta as costas para
a platéia deserta e começa lentamente a se deslocar pelo
cenário, tocando alguns objetos com expressão de carinho
e tristeza. Se dirige ao fundo do palco até estar diante
do quadro com seu auto-retrato. Ator olha para o auto-
retrato como se mirasse um espelho...

2. INTERNA – PALCO DE TEATRO “DENTRO DO ESPELHO”

...Nesse instante, por meio de efeito especial, a
pintura
do auto-retrato se esvai, dando lugar a um
espelho. Porém, em seu reflexo, o ator está bem mais
jovem (caracterização), e com expressão confiante. A
câmera se movimenta até “entrar” no espelho. Ao longo
do movimento o reflexo vai se revelando mais e mais
e vemos que o teatro “refletido” é absolutamente o
oposto do que está “deste lado”: as roupas do Ator e o
cenário estão novinhos e reluzentes, as obras e objetos
de arte estão inteiros e em seus lugares, o fonógrafo
gira, tocando uma música de fundo alegre. Na coxia,
alguns atores coadjuvantes, também com figurinos novos,
espiam o desempenho do colega que está no palco. O Ator
(caracterização jovem) do reflexo volta-se para a platéia
com uma nova frase (de Jorge Luis Borges, que deve ser
devidamente identificado nos créditos finais).

ATOR

Por vezes à noite há um rosto

Que nos
espelho

E a arte
espelho

Que nos
rosto

olha

do

deve

mostra

fundo

ser

como

nosso

de

um

esse

próprio

A platéia, que “deste lado” está cheia de gente, explode

em aplausos. O Ator agradece,com um sorriso emocionado.

Sobem créditos (obs: creditar
autor da frase final).

Jorge

Luis

Borges

como

///

Nenhum comentário:

Postar um comentário